em que a primavera brotava em nós
e as canções nos acalantavam ao navegar dos barcos
dentre o rio de nossas moradas
criavamos e recriavamos sonhos
que de tão vasto que era mal cabia em nosso ser...
lembrei-me daquelas noites na beira do cásentre o chão e o luar
dentre a relva e a selva
te fiz nu em meu peito
não carnal, não físico
mas num pálido coração, onde as labaredas que nos esquentavam
em meio a solidão do mundo nos elevavam a um plano somente nosso.
em vontades de correr, em vontades de viver
em vontades de estár com você
na mesma euforia aospiciosa que habitava em nossos corações
quando tudo parecia ter decaído á esmo...
viemos do não, da exatidão de nossas próprias inverdades
assim te achei, e então nos achamos
alumiarados pelo amor. Sua voz descia sobre meus ouvidos
como sonetos ao violino, doce suave e agúdo
eram sentimentalidades que se estiravam /nu gesto simples de nossas próprias
naturezas...assim eu venerava-te
como um ser supremo
que me toca e o rosto, e em meu
pálido gostar ressoa....
horas, dias mêses, vidas...
passaram-se...
e nós
como nascentes de rios embargados
passamos juntos, dentre os frutos que nos acolhiam
e as ondas que nos distanciavam....
e agora, o que me restou foram apenas as lembranças
do que foi, do que fui
do cás... das ondas....
do que fomos e um dia...
do que seremos
no coração de um , ao outro
do meu, no teu, gostar.
-Shirlena Ferreira
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